ATPA’PT vai realizar o 30.º Webinar, com o tema Colégio das Especialidades,
dia 11/03/2021, no Zoom.
O Mote:
A Patinagem Artística sobre rodas, desde 2018, está sofrer profundas
alterações…
Na verdade, com a introdução de novos regulamentos e com a
operacionalização de um novo sistema de avaliação das competições, Rollart,
abriu-se um novo mundo de dificuldades e exigências, mas também de
oportunidades e crescimento.
Numa primeira fase foi necessário a familiarização
de novos conceitos (mais de três centenas), a compreensão dos fundamentos e da
arquitetura das competições.
Portugal tem obtido em termos internacionais alguns
resultados de relevância (numa ou duas
especialidades)
que ao longo do tempo parece não demonstrar a consistência necessária para se
afirmar no panorama mundial da PA ao longo de vários ciclos desportivos.
Olhando para a realidade portuguesa: num universo de
mais oito mil patinadores federados (8 684) em 2019, a Patinagem Artística
tinha 85 atletas com mais de 21 anos (fonte: RC da FPP), ou seja 0,98% dos
praticantes.
O que dizer destes números?
Uma modalidade praticamente sem atletas seniores ....
Agora, com a introdução do
Rollart (novas exigências físicas-motoras e técnicas) estas questões passam a
ter maior pertinência, todos os agentes devem lutar contra o abandono precoce
da prática desportiva .
Há, por isso, a necessidade de
repensar o
Modelo de formação desportiva, quer ao nível do
treino de Jovens Desportistas, quer depois numa vertente de Alto Rendimento.
Em termos gerais, as evidên
cias científicas apontam
para modelos de formação para crianças e jovens com base no desenvolvimento a
longo prazo, tendo em conta as etapas de desenvolvimento da criança com base
nas faixas etárias de forma a potenciarem as “janelas de oportunidades”, ou
seja, período ótimo para o treino de todas as capacidades dos atletas.
Assim, o treino com crianças e jovens tem nuances que o diferencia do
treino com adultos.
A evolução da ciência, da arte, da música, assim como do rendimento
desportivo deve-se fundamentalmente a um trabalho sistemático, bem estruturado
a longo prazo, onde a obtenção da excelência se afigura como a condição
orientadora de todo o processo (Amado, 2013).
O processo de formação desportiva dos atletas por parte de treinadores mais
experientes, em função de etapas específicas e de acordo com os graus de
desenvolvimento e de maturação das estruturas que suportam a performance a
longo prazo, pode potenciar as possibilidades dos atletas acederem ao alto
rendimento (Stafford, 2005).
Há necessidade de aprofundar os conhecimentos relativos aos modelos de
formação desportiva para crianças e jovens, tanto a nível nacional como
internacional específicos para a Patinagem Artística.
O nível de compreensão sobre a adequação da prática desportiva aos estágios
de desenvolvimento e caraterísticas psicomotoras da criança e do jovem
apresenta-se, ainda, relativamente frágil, principalmente se considerarmos as
particularidades das várias especialidades e os seus efeitos no organismo.
Faltam estudos específicos sobre as idades em que as crianças e jovens estariam
preparados para se iniciarem numa prática desportiva sistemática e de que forma
deveria ocorrer essa inserção.
O Programa da ATPA’PT do Colégio de Especialidades é
uma primeira iniciativa para criar ferramentas válidas para os Treinadores da
Patinagem Artística, em todas as especialidades.
Desta feita, tentamos dar uma resposta à Patinagem
Artística do Séc. XXI, com a filosofia do Rollart: “quanto mais fazes, mais
pontos tens…".
O/A treinador/a terá que saber ensinar o/a atleta de competição a responder pela prática: "Qual é a tua marca? Qual é o teu ranking?